22 de abr. de 2012

Teatro

A porção de amor de Oberon (O sonho novo de uma noite de verão)
Cena IV (os mesmo e Helena)
Hérmia: Que Deus guarde a bela Helena!
Helena: Estás me chamando de bela? Não torne a dizer isto. Demétrio ama tua beleza; feliz beleza. Seus olhos são estrelas polares e o doce som de tua voz tem mais harmonia do que o canto da cotovia. Se assim acontecesse as tuas graças a minha... Ensina-me como enfeitiças e com que artes diriges os impulsos do coração de Demétrio.
Hérmia: Faço-lhe cara feia e mesmo assim ainda me ama.
Helena: Se pudesse aprender teus sorriso...
Hérmia: Eu o amaldiçôo e, contudo, ele me ama.
Helena: Se minhas suplicas pudessem obter semelhante afeição...
Hérmia: Quanto mais o odeio, tanto mais ele me segue.
Helena: Quanto mais o amo, mais ele me odeia.
Hérmia: Se estás louco, Helena, a culpa não me cabe.
Helena: Não, mas a tua beleza. Quem me dera que essa culpa fosse minha!
Hérmia: Consola-te: não mais verá meu rosto. Lisandro e eu vamos fugir daqui. Antes de conhecer Lisandro esta cidade me parecia um paraíso. Que encanto possui o amor, para assim mudar o céu em inferno.
Lisandro: Helena vamos revelar-te nossos projetos. Hoje à noite, quando a beleza da lua cheia ocupar o lugar das estrelas, hora propícia para a fuga dos amantes, resolvemos atravessar furtivamente os limites da cidade.
Hérmia: E neste parque onde muitas vezes tu e eu, rendidas sobre humildes leitos de primavera esvaziamos o doce segredos de nossos corações, meu Lisandro e eu nos encontraremos para fugir. Adeus, querida companheira de meus brinquedos! Rogai por nós, e que a boa sorte te conceda teu Demétrio.
(sai)
Lisandro: Adeus Helena! Espero que Demétrio te ame tato quanto o amas.
(sai)

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