30 de abr. de 2012

Teatro

A porção de amor de Oberon (O sonho novo de uma noite de verão)
Cena V (Helena)
Helena: Como há alguns seres mais felizes que os outros! Sou considerada tão bela quanto Hérmia. Mas, o que adianta? Demétrio assim não pensa. Não quer ver o que todos vêem. (pausa) O amor pode transformar coisas baixas e vis, em dignas. O Amor não enxerga com os olhos, mas com a alma, e por este motivo o alado cupido aparece cego nas pinturas. Dizem que o amor é uma criança, porque na escolha erra freqüentemente. Assim, como as crianças travessas infringem, nas brincadeiras, os juramentos feitos, assim o jovem amor é perjuro em todas as partes. Porque antes que Demétrio visse os olhos de Hérmia, fartou-se de juramentos, garantindo-me que era somente meu; era uma saraivada de promessas; mas aos primeiros ardores que Hérmia lhe fez sentir, a saraivada se dissolveu e todos os juramentos foram desfeitos. Vou revelar-lhe a fuga da bela Hérmia. Então ele virá hoje à noite aqui, para procurá-la; e com esse aviso conseguirei que me de um agradecimento o que me fará ricamente recompensada.
(sai)

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