26 de mai. de 2012

Teatro

A porção de amor de Oberon (O sonho novo de uma noite de verão)
Cena VII ( Helena, Demétrio. Oberon à parte.)
Demétrio: Não te amo, portanto, não me persigas. Onde estão Lisandro e a bela Hérmia? Tu me disseste que eles haviam se refugiado neste Parque. Aqui estou. Vai-te embora e não me sigas mais!
Helena: Tu me atrais imã de coração. Deixai vosso poder de atração e não terei poder para seguir-te.
Demétrio: Eu te atraio? Eu te encorajo? Ou, pelo contrario, não te digo claramente que não te amo nem posso amar-te?
Helena: É por isso mesmo, que eu vos amo mais ainda. Sou vosso lebréu e quanto mais me bateres, Demétrio, mais vos acariciarei. Tratai-me como vosso lebréu; desprezai-me, batei-me; mas por indigna que seja, permita-me, ao menos, que te sigas. Que lugar mais humilde em vosso amor posso mendigar quando peço que me trateis como vosso cão? E, no entanto, é para mim, um lugar altamente desejável.
Demétrio: Não exasperas demais o ódio de minha alma, pois fico doente quando olho para ti.
Helena: E eu fico doente quando não olho para ti.
Demétrio: Não quero discussões contigo; deixa-me ir, ou se me seguires fica certa de que te ultrajarei.
(sai)
Helena: Seguir-te-ei e, fazendo um céu de um inferno morrerei nas mãos de quem tanto amo.
(sai)

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