9 de mar. de 2011

Contos: Uma noite...

Uma noite...
Uma noite estava eu em meu quarto estudando para uma prova da faculdade quando minha prima, com quem dividia o apartamento, me intimou a sair sem reclamações.
O motivo seria um chá de cozinha que ela daria a uma amiga (chá de cozinha é coisa de minhas avós, agora é despedida de solteira mesmo, com stripper e tudo). Recusei-me a sair, afinal a prova seria importante.
Proibiu então ela que eu saísse do quarto sobre juramento de morte. Aceitei, mesmo porque, de qualquer jeito não pretendia sair de lá.
A festa começou com muita conversa e bastante música. Não conseguia me concentrar. Quebrei o juramento e sai.
Nunca tinha visto tanta mulher num só lugar. Apesar de pouco tempo de festa, parecia que todas estavam bêbadas. Até me confundiram com o stripper.
Após reclamar para minha prima sobre o barulho, reconheci uma dentre todas: uma moça morena de cabelos lisos e compridos, seus olhos eram castanhos, sua boca era pequena e delicada, parecia de uma adolescente meiga e pura. Era ela minha primeira paixão; não estou aqui para ser melancólico, falando de minhas paixões adolescênticas; mas apesar de nunca ter vivido carnalmente esta paixão, ou mesmo saber se era correspondido. Ela me marcou tanto que o meu pensamento sempre foi que se tivesse outra oportunidade, mesmo eu namorando, noivo, ou mesmo casado, eu não a desperdiçaria.
Fiz menção de falar com ela, porém minha prima me expulsou da sala.
Voltei para o meu quarto; o barulho agora não me incomodava. Fiquei sonhando acordado, imaginando como ela, tão desengonçada que era, havia ficado linda, quase perfeita.
Peguei no sono.
De repente tive uma sensação deliciosa; ela me beijava.
Sem dizer uma palavra e também sem deixar que eu falasse, foi tirando minha roupa e beijando o meu corpo. Retribuía seu carinho beijando-lhe os seios e acariciando seu corpo.
Pouco a pouco, nossos corpos se entrelaçaram num movimento contínuo e prazeroso. Éramos apenas um.
No ápice do prazer, um grito gozo ecoou. Olhos nos olhos, ainda sem dizer uma palavra, ela sorriu e mais uma vez me beijou.
Não sei por quanto tempo ficamos naquele prazer; apenas me lembro que quando acordei na manhã seguinte ela não estava mais lá.
Fiquei olhando para onde ela havia dormido em meus braços por alguns instantes; foi quando me dei conta que tinha uma prova na faculdade.
Minha nota foi horrível, mas valeu a pena não ter estudado.
Passei a semana inteira dividido entre o trabalho e os estudos; não tive tempo de conversar com minha prima sobre o que acontecera e como encontrá-la.
Quando finalmente perguntei, ela me respondeu:
– Viajou em lua de mel com o marido após o casamento; foram para o sul. Talvez nem voltem.

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