Uma noite...
Uma
noite estava eu em meu quarto estudando para uma prova da faculdade quando
minha prima, com quem dividia o apartamento, me intimou a sair sem reclamações.
O
motivo seria um chá de cozinha que ela daria a uma amiga (chá de cozinha é
coisa de minhas avós, agora é despedida de solteira mesmo, com stripper e tudo). Recusei-me a sair,
afinal a prova seria importante.
Proibiu
então ela que eu saísse do quarto sobre juramento de morte. Aceitei, mesmo
porque, de qualquer jeito não pretendia sair de lá.
A festa
começou com muita conversa e bastante música. Não conseguia me concentrar.
Quebrei o juramento e sai.
Nunca
tinha visto tanta mulher num só lugar. Apesar de pouco tempo de festa, parecia
que todas estavam bêbadas. Até me confundiram com o stripper.
Após
reclamar para minha prima sobre o barulho, reconheci uma dentre todas: uma moça
morena de cabelos lisos e compridos, seus olhos eram castanhos, sua boca era pequena
e delicada, parecia de uma adolescente meiga e pura. Era ela minha primeira paixão;
não estou aqui para ser melancólico, falando de minhas paixões adolescênticas;
mas apesar de nunca ter vivido carnalmente esta paixão, ou mesmo saber se era
correspondido. Ela me marcou tanto que o meu pensamento sempre foi que se
tivesse outra oportunidade, mesmo eu namorando, noivo, ou mesmo casado, eu não
a desperdiçaria.
Fiz
menção de falar com ela, porém minha prima me expulsou da sala.
Voltei
para o meu quarto; o barulho agora não me incomodava. Fiquei sonhando acordado,
imaginando como ela, tão desengonçada que era, havia ficado linda, quase
perfeita.
Peguei
no sono.
De
repente tive uma sensação deliciosa; ela me beijava.
Sem
dizer uma palavra e também sem deixar que eu falasse, foi tirando minha roupa e
beijando o meu corpo. Retribuía seu carinho beijando-lhe os seios e acariciando
seu corpo.
Pouco a
pouco, nossos corpos se entrelaçaram num movimento contínuo e prazeroso. Éramos
apenas um.
No
ápice do prazer, um grito gozo ecoou. Olhos nos olhos, ainda sem dizer uma
palavra, ela sorriu e mais uma vez me beijou.
Não sei
por quanto tempo ficamos naquele prazer; apenas me lembro que quando acordei na
manhã seguinte ela não estava mais lá.
Fiquei
olhando para onde ela havia dormido em meus braços por alguns instantes; foi
quando me dei conta que tinha uma prova na faculdade.
Minha
nota foi horrível, mas valeu a pena não ter estudado.
Passei
a semana inteira dividido entre o trabalho e os estudos; não tive tempo de
conversar com minha prima sobre o que acontecera e como encontrá-la.
Quando
finalmente perguntei, ela me respondeu:
– Viajou
em lua de mel com o marido após o casamento; foram para o sul. Talvez nem
voltem.
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