Apresentação de A porção de amor de
Oberon (O sonho novo de uma noite de verão)
Apesar de ser formado
em Letras, e ter passado praticamente todo o curso focado em literatura, tenho certa
aversão a críticas literárias. Parece paradoxal e o é, mesmo porque não
consigo, muitas vezes, não ter um olhar crítico sobre a literatura.
Mas como resolvi o
problema Autor VS Crítico?
Criando duas personas diferentes: o chato e
implicante Michael Bonadio, O Crítico; e o maluco e inconsequente
Michael Bonadio, O Autor (este texto é uma parceria de ambas as personas).
O Crítico
costuma dividir a obra dO Autor, se assim pudermos chamá-la,
basicamente em quatro fases: até os dezoito anos de idade, onde O Autor
não teve muito contato com boa literatura, aliás, não tinha o hábito da leitura
e nem gostava de ler: os poucos lidos não deve ter chegado a uma dúzia; a
segunda, dos dezoito até o início da faculdade, onde começou a ter contato com
autores como Manuel Bandeira, Machado de Assis entre outros: este contato se
deve ao fato de ter começado a fazer teatro trabalhando com obras de grandes
autores (e por tentar entrar em Artes Cênicas na USP, o que necessitou de ler
obras obrigatórias para a Fudest, quero dizer, Fuvest); a terceira, foi durante
a faculdade, onde teve uma consciência literária e ideológica exageradamente
acentuada; e a atual, que foi do término da faculdade até este momento, onde
ainda não dá pra dizer muito sobre esta fase.
Toda esta balela
introdutória foi pra explicar, e porque não dizer justificar, o texto que
publicarei aqui de quinze em quinze dias a partir de amanhã: A porção de amor de Oberon (O sonho novo de
uma noite de verão).
Esta é uma peça teatral
que foi escrita durante a segunda fase, onde se fez uma releitura do texto
shakespeariano, tendo como principal objetivo extrair o que na época eu
acreditava ser o mais importante da obra (depois que escrevi nunca mais tive
coragem de ler a obra original novamente, porque tenho a sensação que o que eu
acreditava ser o principal provavelmente não o é, e neste caso poderia tentar
destruir meu texto).
Na parte estética do
texto há uma variação entre a linguagem rebuscada original e uma mais coloquial,
buscando não só um contraponto, como também uma ironia relacionando à
expressividade e o comportamento humano.
Espero que se divirtam
com o texto, não só com a “parte” original, mas também a que foi recriada.
Um beijo do Magro, fui...
O Crítico, O Autor e A Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário