Onório Onírico (Série Descoberta da Escola)
Na sala de aula, o suor
escorria por seu rosto...
Era a prova final...
Cinquenta minutos, o ano
todo dedicado, estudando, questionando.
Onório estudava na E. E.
Tutis Iguaris, na periferia mais pobre da cidade. Os seus colegas alunos o
chamavam de Nerd, a colonização linguística que em outros tempos era conhecido
como CDF. Mas não era impopular. Pelo contrário.
Era o jogador principal
do futebol, o queridinho das meninas... Enfim. A caricatura perfeita daqueles personagens
perfeitos dos filmes da Sessão da Tarde.
Invejado por alguns
alunos recebia apelidos maldosos e era provocado para briga quase todo dia.
Calma, ele não sofria bullying,
afinal de contas tinha personalidade e as provocações ele levava numa boa.
Os professores, bem,
esses podiam se dividi naqueles que o admiravam e faziam de tudo para ajudá-lo,
etc. E existiam uns que eram meio estranhos: uns tipos que vivem a reclamar de alunos
que não se interessam, que não sabem nada e etc. e etc. Porém, quando aparecem Onórios,
os rotulam de metidos, que se sentem os imbatíveis e mais etc.
(Aqui vale um parêntese
para contar um fato ocorrido na sala dos professores. O professor Tal chegou
muito bravo porque Ónorio questionava sobre o “apostilamento”, “onde já se viu.
Ele falou que era cômodo para os professores usar a apostila”, falava o
professor Tal. “Todo mundo sabe que essas apostila servem para superfaturamento
(um outro parêntese dentro deste parêntese: será que sabem?) até parece que ele
descobriu o mundo. Se na escola particular tenho que usar apostila porque não
aqui. Olha, estamos criando um monstro”)
Voltemos à sala de
aula...
Onório olhava para os
lados, não para colar, mas por nervosismo, o professor sentado à mesa,
observava os alunos, que numa bagunça generalizada respondia suas provas. Sabe,
provas aos moldes tradicionais hoje em dia não funcionam (desculpe mais este
parêntese, em dia nenhum foi funcional), então os professores não pegam muito no
pé dos alunos em dia de prova, aliás, se fôssemos observar os acontecimentos
escolares...
Mas bem, ele estava lá,
nervoso a cada leitura de pergunta, tremia com o lápis à mão a cada resposta...
Faltando um minuto para o sinal ele termina; mas não dá para revisar. Ele
entrega; “Onório vem cá”, chama o professor, “O que será que fiz de errado?”,
pensou. “Seu nome, você não colocou”, ele escreve: Onório Alguma Coisa que
Pensa, Toda Série Alfa, nº infinito.
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